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Narrativa

Corrida da minha vida

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Largada: Meu ponto de partida

Meu nome é Silvanio Zahn, nasci no dia 18 de agosto de 1975, na cidade de Afonso Claudio, ES.

Faço parte de uma família de seis pessoas: meu pai Vivi Zahn, minha mãe Anizia Marly Storch, Vilmar, meu irmão mais velho, eu, Carlos Eugenio que é 3 anos mais novo que eu e Mirtes, a irmã caçula.











Meus pais se casaram no dia 27 de janeiro de 1973. Embora tenham nascido em lares adventistas, no decorrer do período em que permaneceram juntos, eles enfrentaram diversas dificuldades no relacionamento conjugal. Minha mãe se casou grávida, e sempre foi muito ciumenta, penso que pela insegurança motivada por alguns comportamentos do meu pai, que chegou a se envolver em um relacionamento extraconjugal.

Quando estava próximo de completar 13 anos, presenciei uma discussão muito forte entre eles. Essa situação se repetiu por algumas vezes, até resolverem se separar no ano de 1998, validando o divórcio de forma definitiva em 21 de agosto de 2002.

Mesmo em meio a toda essa situação, meus irmãos e eu fomos muito amados pelos nossos pais. Vejo que se esforçaram muito para conduzir nossa família nos caminhos do Senhor. Lembro-me com clareza, que em todas as manhãs, desde pequeninos, antes do sol nascer, nos reuníamos no quarto deles para realizar o culto familiar.






Quando completei 8 anos, pedi permissão aos meus pais para ser batizado. Conversamos com o Pr. José Lourenço e meu batismo foi marcado para o dia 19 de maio de 1984. Sendo bem pequeno, quando entrei no tanque batismal a água quase me cobriu. O pastor, muito experiente, percebeu que eu não tinha altura o suficiente, e de imediato sussurrou em meus ouvidos: — sobe no meu pé. Essa experiência marcou muito, pois, me senti seguro, como se estivesse nas mãos do supremo pastor Jesus Cristo. Hoje me proponho a passar esta segurança para as pessoas que lidero.










 

Desde muito cedo, fui envolvido nas atividades de trabalho no meio rural, colaborando com meus pais. Recordo-me com nitidez que, aos 5 anos de idade, já acompanhava meu pai nas lavouras, conduzindo cavalos que puxavam a capinadeira utilizada nas plantações de milho. Esse trabalho era intenso e essencial, sobretudo porque meus pais dispunham de poucos recursos financeiros. Por meio desse esforço, realizávamos uma troca por dias de serviço de terceiros em nossas próprias plantações. Meu pai costumava cobrar o equivalente ao trabalho de dois homens e meio, considerando que íamos ele, eu e dois cavalos. Essa dinâmica permitia que nossas terras fossem cultivadas no tempo adequado, favorecendo o ciclo produtivo da roça.

Com o passar dos anos, minhas responsabilidades foram ampliadas. Aos 9 anos, comecei a cuidar do pequeno rebanho de gado da família, auxiliando na alimentação e na ordenha manual – atividade que meu pai continua realizando até hoje. Já por volta dos 12 a 13 anos, após concluirmos as tarefas em nossas plantações, eu prestava serviços para vizinhos, o que me proporcionou a primeira experiência de remuneração pelo trabalho. Minha mãe também desempenhou um papel fundamental na minha formação financeira. Lembro que, após as colheitas de milho, ela nos levava, a mim e ao meu irmão mais velho, para recolher as espigas que haviam ficado para trás nos campos. Com o que juntávamos, meu pai comprava de nós e, com esse dinheiro, adquirimos uma vaca, que passou a ser nossa primeira cabeça de gado. Aos 10 anos, cada um de nós ganhou uma vaca dos nossos pais, ensinando-nos na prática o valor do esforço, da economia e da dignidade no trabalho. Mais tarde, quando me casei, foi com a venda desse pequeno rebanho que pude construir minha primeira casa, a qual, posteriormente, foi vendida para dar entrada em um apartamento na cidade de Belo Horizonte.

Meus pais ainda vivem na zona rural, hoje, em Ribeirão do Sobreiro, região conhecida pela sua campal que já completou 75 anos de existência. Um encontro religioso que era muito aguardado por toda a família. Também vivi por um tempo nesta localidade até completar 15 anos, quando fui para o colégio interno em Colatina-ES, o CAES (antigo EDESSA-Educandário Espírito Santense Adventista).

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Cada passo na minha infância foi como dar a largada para a maratona da vida.

Embora o percurso fosse acidentado, meus pais sempre fizeram o papel de treinadores espirituais, nos preparando para as subidas e descidas da vida.

Saindo do Bloqueio: A primeira curva

Tendo crescido na zona rural e com pais que haviam concluído apenas o ensino primário, nunca havia considerado dar seguimento aos estudos, porque já estava decidido a ficar para cuidar deles. Hoje percebo que era uma visão pequena, mas compreensível devido ao nosso contexto social.

Em 1991, no entanto, sem meu conhecimento, meu irmão Vilmar, que já estudava no CAES (antigo EDESSA-Educandário Espírito Santense Adventista), resolveu fazer uma solicitação de bolsa junto aos administradores do colégio para que eu tivesse a mesma oportunidade que ele. Imagine minha surpresa quando recebi a carta de minha seleção como aluno bolsista.

Sempre fui muito apegado aos meus pais, por isso sair de casa era algo que me angustiava. Vivi uma mistura de sentimentos, não sabia se ficava feliz ou triste. Até que aos 16 anos, saí para estudar no colégio interno e nunca mais voltei a viver com eles. Voltava apenas em períodos de férias.

Sou grato ao meu irmão mais velho por ter me incentivado e feito de tudo para que eu saísse e estudasse.

Também agradeço a oportunidade que a Administração do colégio me concedeu, pois, através do curso técnico de contabilidade cursado durante o ensino médio, portas se abriram para que eu pudesse trabalhar na organização Adventista. Aquele foi o estímulo para mudar a minha forma de olhar o mundo.

Sprint da Vida: Momentos marcantes na pista

Um dos momentos mais marcantes da minha vida, foi quando aos 19 anos, conheci a minha esposa Kezia. Apesar de ter tido algumas paqueras na adolescência, ela foi a minha única namorada. Namoramos por 2 anos e ficamos noivos por 6 meses. Casamo-nos no dia 08 de dezembro de 1996, eu com 21 anos e ela com 18. Desde então ela tem sido minha fiel companheira, grande apoiadora e motivadora do nosso ministério. Tudo o que temos hoje, construímos juntos.

 

No ano de 1999, decidimos ter um filho e procuramos apoio médico para fazer os preparativos. Durante os exames, descobrimos que minha esposa tinha um problema, que segundo o diagnóstico médico, nos impediria de ter filhos. Nunca tinha a visto chorar tanto.

 

Imagine nossa surpresa quando descobrimos meses depois que teríamos um bebê. Foi um momento de grande alegria para nós.

 

Como a vida não é feita só de momentos felizes, a gravidez foi muito turbulenta. Minha esposa passou os 3 primeiros meses tendo sangramentos. Do quinto para o sexto mês, foi necessário ir semanalmente à clínica para exames e acompanhamento devido às complicações. No sexto mês de gravidez, ela entrou em trabalho de parto.

 

Nosso bebê nasceu, mas viveu apenas 12 horas. Foi o dia mais difícil para mim, pois, tive que olhar para minha esposa que havia feito de tudo, seguido todas as orientações, e falar que nosso filho havia morrido. Cuidar da emissão das certidões de nascimento e óbito, não foi fácil, mas graças a Deus, um amigo chamado Elias Oliveira ligou se prontificando a me acompanhar durante esse processo doloroso.

 

Minha esposa não quis que fizéssemos velório, a cerimônia fúnebre foi simples, sem abrir a urna. Arrependemos dessa decisão porque nosso filho era perfeito, apesar do nascimento prematuro, e o fato dela não ter visto nem tocado no bebê que havia gerado com tanta dificuldade durante 6 meses, trouxe mais tristeza para nós.

 

Após o sepultamento, recebemos a visita do Pr. Ignácio Kalbermatter e Prof. Heliomar Possmoser em nosso lar. Deus colocou em seus lábios, palavras confortadoras naquelas horas de tanta dor. O Pr. Kalbermatter leu uma citação de Ellen G. White que diz: “Crianças são levadas pelos anjos aos braços de suas mães. Amigos, há muito separados pela morte, reúnem-se para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus.” (O Grande Conflito, p. 645). Estas palavras, aqueceram nossos corações e neste dia decidi que faria tudo que estivesse ao meu alcance para o avanço do evangelho, para que o grande dia possa chegar mais rápido possível e minha esposa e eu possamos receber das mãos do anjo, nosso querido Erick.

 

Tempo depois, vivenciei outros dois momentos que continuam marcando minha vida até hoje, o nascimento de nossos filhos. No dia 20 de maio de 2002 nasceu o Lucas, hoje com 21 anos e fazendo faculdade de medicina na Argentina, é um filho amoroso e sempre nos deu muita alegria. Em 27 de julho de 2007 nasceu a Amanda, hoje com 17 anos, está cursando o ensino médio no Colégio Adventistas de Petrópolis (internato). É uma princesa, amável e comprometida especialmente com as coisas de Deus.

Atualmente, meu filho Lucas cursa o sexto ano de Medicina na Universidad Adventista del Plata (UAP), na Argentina. Tenho acompanhado de perto seu desenvolvimento acadêmico e sua dedicação aos estudos, e me alegra ver o jovem responsável em que se tornou. Ao longo de sua trajetória escolar, nunca repetiu um ano ou ficou em recuperação em qualquer disciplina, resultado de seu esforço constante, disciplina e seriedade em relação à preparação para cada prova. Uma das maiores alegrias da minha vida é testemunhar o caráter íntegro que ele tem cultivado, especialmente em sua relação com Deus. Lucas participa ativamente das atividades espirituais promovidas pela universidade, o que revela seu compromisso com a fé cristã. Louvo a Deus por seu bom desempenho acadêmico e por seu relacionamento com uma jovem igualmente comprometida com os princípios espirituais. Tenho orado para que esse namoro seja conduzido por Deus e, se for da vontade divina, que possa resultar em um casamento abençoado e voltado para a missão.

Minha filha Amanda está no último ano do ensino médio no Colégio Adventista de Petrópolis e tem manifestado o desejo de cursar Medicina no UNASP, campus Hortolândia. É gratificante acompanhar seu crescimento espiritual e o envolvimento com as atividades religiosas do colégio. Em dezembro de 2024, ela me chamou até seu quarto para compartilhar algumas descobertas que havia feito nas Escrituras. Ao manusear sua Bíblia, fiquei profundamente tocado ao ver as inúmeras anotações e marcações – um testemunho silencioso de seu interesse sincero e constante pela Palavra de Deus. Oro para que esse entusiasmo pela missão continue crescendo em seu coração. Acredito que esse ambiente espiritual foi fortalecido pelo fato de, como família, procurávamos manter um Pequeno Grupo (PG) em nosso lar e, juntos, termos plantado duas igrejas: uma no Hospital Adventista Silvestre e outra em Belo Horizonte, na região da Pampulha.

Ser pai é um desafio, mas também uma dádiva imensurável. Tenho o privilégio de estar presente na vida de dois jovens extraordinários, e eles, por sua vez, influenciam diretamente a minha caminhada. Ao observá-los, percebo o quanto nossas atitudes impactam suas escolhas, mas também reconheço que são eles que, muitas vezes, me ajudam a ser um líder e um ser humano melhor. Através das experiências da paternidade, sou constantemente lembrado de minhas limitações e da minha necessidade diária da graça e da misericórdia de Deus.

Casar com Kezia foi como encontrar a medalha de ouro da minha corrida: uma parceira fiel e motivadora, que está ao meu lado em cada milha dessa maratona chamada vida.

A perda de Erick foi o trecho mais doloroso da nossa corrida, mas a promessa da linha de chegada eterna nas deu forças para seguir em frente com esperança.

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Na melhor forma da jornada

Ritmo e Estratégia: Construindo a carreira

Iniciei minha vida profissional antes mesmo de ter uma graduação. Fiz o curso técnico em contabilidade durante o ensino médio e isto abriu as portas do mercado de trabalho para mim.

Em dezembro de 1994, recebi a primeira oportunidade de servir à igreja. Fui convidado a atuar como auxiliar administrativo na Rádio Novo Tempo em Vitória. Em outubro de 1995 fui transferido para a Associação Espírito Santense, onde trabalhei até maio de 2008.

Durante este período, pude cursar a graduação em Ciências Contábeis na FAVI (Faculdade Vitoria de Ciências Contábeis), onde me formei em dezembro de 2001.

 

Tive o privilégio de trabalhar em vários setores técnicos da igreja: cobrança, contabilidade, tesouraria de escola, gerência de SELS e loja, assistente de tesouraria do Campo e do EDESSA.

 

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Entendo que ter atuado nessas áreas e ter recebido oportunidades de formação e, liderar equipes, foram essenciais para que eu chegasse onde estou hoje. Agradeço a organização pela confiança depositada em mim e no meu trabalho.

Minha vida profissional começou na pista curta, com pequenos sprints na contabilidade, mas logo me vi correndo a maratona da liderança.

Subidas Ingremes: Meu maior desafio

 

 

 

 

 

No início de 2008 estava trabalhando como Diretor Financeiro do Colégio EDESSA, quando recebi uma ligação do Pr. Mauricio Lima, Presidente da USeB que alteraria toda minha visão profissional. Fui convidado para ser o diretor financeiro do HAS — Hospital Adventista Silvestre. Ao conversar com o Pr. Maurício, disse que não estava preparado para tamanho desafio, e não me esqueço da frase que ele usou: “Zahn, se você dissesse que está pronto, não seria a pessoa escolhida, mas saiba que se Deus chama, Ele capacita”, trago esta verdade comigo até hoje.

Até aquele momento, minha experiência como líder havia sido pequena. Digo isto em relação ao número de liderados. Então quando recebi esse chamado, me senti pequeno demais diante de tamanho desafio.

 

O Hospital Silvestre fica no Rio de Janeiro, uma grande capital. A instituição de saúde possuía 1200 colaboradores, mais de 200 médicos terceirizados, um centro médico que fica em Botafogo zona sul do Rio, além de um centro médico que atendia exclusivamente pessoas carentes.

 

Nesta instituição vivi grandes desafios, porque seria necessário um trabalho de recuperação financeira da Instituição. Ao chegar tive a necessidade de buscar conhecimento. Iniciei em setembro de 2008 uma Pós-graduação em Gestão em Saúde pelo UNASP SP. Participei de dois cursos de liderança pela FranklinCovey: Programa de desenvolvimento de líderes em 2011 e Conversas Cruciais em 2012, que me ajudaram a melhorar minha visão de liderança.

 

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Trabalhei como Diretor Financeiro de junho de 2008 a novembro de 2011, quando fui nomeado Diretor Administrativo. Encontrei outros desafios, pois, neste período houve a necessidade de descontinuar alguns serviços como Emergência no Centro Médico em Botafogo, Emergência Pediátrica e Unidade Terapia Intensiva Infantil, além da terceirização de alguns setores como: lavanderia, usina de oxigênio, e outros.

 

Foi em minha gestão que implantamos um novo sistema gerencial e financeiro (MV Sistemas) para toda a rede Silvestre Saúde e, também conquistamos a Certificação ONA nível 1, além de inaugurarmos uma unidade na cidade de Itaboraí.

 

A instituição que por mais de uma década fechava seu balanço anual sempre com déficit financeiro, após a realização de um forte choque de gestão administrativa, com a implementação de mudanças no sistema gerencial e financeiro, vi com satisfação ao fechar meu ciclo como administrador no ano de 2015, as finanças operando no azul para a glória de Deus.

O HAS foi como largar na frente em uma corrida cheia de obstáculos, onde cada curva era uma decisão importante e cada reta uma oportunidade para acelerar.

Hospital Adventista Silvestre

Mudando o Trajeto: O chamado para Minas Gerais

Depois de quase 8 anos trabalhando como diretor do HAS, em novembro de 2015 fui nomeado tesoureiro/CFO da AMC - Associação Mineira Central.

 

Foi desafiador voltar para a área religiosa da organização na cidade de Belo Horizonte. Agradeço ao meu querido Pr. José Marcos que era o presidente deste campo e ao Pr. Claudio Hirle, secretário executivo, que me receberam e ajudaram em meu desenvolvimento para servir a igreja na região central de Minas Gerais e Triângulo Mineiro. Quando cheguei a AMC, a rede educacional tinha três unidades escolares. Visando o desenvolvimento organizacional, três novas unidades foram implantadas na mesma região, uma a cada dois anos.

 

Outra meta importante era dividir o território da AMC entre região central e triângulo mineiro, ou seja, a criação de um novo campo. Para isso tínhamos índices financeiros imprescindíveis a serem alcançados: capital operativo de 100%, liquidez imediata de 1, liquidez geral de 2, índice de pessoal em 64% e administrativas e gerais em 19%. Em dezembro de 2019 esta meta foi alcançada quando inauguramos a sede da MMO - Missão Mineira Oeste na cidade de Uberlândia.

 

Tínhamos também o grande desafio de criar um canal aberto da TV Novo Tempo para a Grande Belo Horizonte. A complexidade do projeto quanto a comunicação intercultural e as barreiras culturais e religiosas tornavam esta meta ainda mais desafiadora. Em outubro 2019 depois de várias negociações, este objetivo foi alcançado quando adquirimos o canal aberto 39 para a região aspirada, alcançando cerca de 5 milhões de pessoas.

O desenvolvimento de pessoas perpassa pelas experiências vividas por cada um, e pela busca da liderança, por formação qualificada visando um gerenciamento eficaz. Com isso em mente, em maio de 2016 iniciei o curso de complementação teológica pelo UNASP-EC, concluindo o mesmo em maio de 2019 e, sendo ordenado ao ministério pastoral em dezembro do mesmo ano.

Em fevereiro de 2022, assumi a função de tesoureiro/CFO na Associação Mineira Sul (AMS) e, logo no início, fomos desafiados com um grande projeto: a construção de um colégio para atender 1.100 alunos na cidade de Varginha, MG.

 

 

 

 

 

 

Esse empreendimento exigiu um planejamento cuidadoso, recursos bem gerenciados e um compromisso inabalável com a missão educacional adventista. Paralelamente, também trabalhamos intensamente para fortalecer a infraestrutura das igrejas no Sul de Minas. Em apenas dois anos e meio, para a glória de Deus, conseguimos construir e reformar cerca de 22 igrejas, oferecendo aos irmãos locais espaços mais adequados para adoração, comunhão e crescimento espiritual. Cada inauguração foi um testemunho do compromisso da AMS com o avanço da obra, e ver essas comunidades fortalecidas reafirmou nosso propósito e dedicação à missão.

 

Além das melhorias estruturais, percebemos a necessidade de elevar o nível de atendimento prestado pelo escritório da AMS aos pastores e membros das igrejas. Assim, implantamos o projeto Excelência em Servir, um programa voltado para aprimorar a cultura organizacional, incentivando um atendimento mais humanizado, eficiente e alinhado aos princípios cristãos. O impacto dessa iniciativa foi notável, à medida que cada colaborador passou a enxergar seu trabalho não apenas como uma função administrativa, mas como um ministério de apoio e serviço à igreja. Foi gratificante testemunhar o crescimento da equipe e perceber como pequenas mudanças na postura e na mentalidade resultaram em um ambiente de trabalho mais acolhedor e eficaz. Minha jornada na AMS, que se estendeu até setembro de 2024, foi repleta de desafios, aprendizados e conquistas, e tenho a certeza de que Deus esteve presente em cada etapa, guiando o trabalho para o fortalecimento da igreja no Sul de Minas.

Seguindo a Pista da Missão: O chamado para a ARJ

Em outubro de 2024, aceitei um novo desafio ao ser nomeado tesoureiro/CFO da Associação Rio de Janeiro (ARJ). Após anos de serviço no campo mineiro, senti que Deus estava me conduzindo para um novo ciclo, repleto de oportunidades para contribuir com a missão em um território dinâmico e desafiador. O contexto da ARJ trouxe novas perspectivas e demandas, exigindo uma gestão estratégica para fortalecer as áreas financeira, administrativa e missionária. Desde o início, percebi que a fidelidade dos membros e a boa administração dos recursos seriam fundamentais para a continuidade e expansão dos projetos na região.

 

Uma das primeiras iniciativas que abraçamos foi o movimento de fidelidade, realizando encontros nas igrejas dos distritos juntamente com o diretor de mordomia da associação. Nosso objetivo era não apenas apresentar os desafios e oportunidades da obra, mas também inspirar os irmãos a um compromisso mais profundo com Deus através da fidelidade nos dízimos e ofertas. Cada visita, cada conversa e cada testemunho fortaleceram a certeza de que a fidelidade é um reflexo da confiança em Deus e um pilar essencial para o avanço do evangelho. A experiência na ARJ tem sido desafiadora e enriquecedora, proporcionando-me um crescimento contínuo como líder e servo, à medida que seguimos trabalhando para que a obra de Deus avance de forma sustentável e impactante no estado do Rio de Janeiro.

​A jornada continua: uma corrida rumo à liderança servidora

 

Ao longo da minha vida, tenho percebido as mãos de Deus me conduzindo por caminhos e lugares jamais pensados. Foram várias escolas: a família, o internato, a rádio Novo Tempo, o Hospital Silvestre, os campos, a graduação em contabilidade, a complementação teológica, a pós em gestão em saúde e a busca por um mestrado. Embora não tivesse planejado passar por cada um destes lugares e funções administrativas, tenho certeza de que Deus sempre conduziu minha vida para me tornar um líder para Seu serviço.

O desejo por uma educação mais aprofundada nasceu da prática e da reflexão constante durante minha atuação como Tesoureiro/CFO, atualmente na Associação Rio de Janeiro. Tenho a responsabilidade de apoiar e liderar mais de 160 tesoureiros locais, além de colaborar com cerca de 60 profissionais no escritório e mais de 200 servidores em uma rede educacional que atende mais de 3 mil alunos. Essa missão exige preparo contínuo, sensibilidade relacional e atualização diante das transformações sociais e tecnológicas que afetam diretamente a cultura organizacional da Igreja. Redes sociais, reuniões on-line, comunidades digitais e novos padrões de comunicação desafiam a liderança tradicional e nos convocam a correr em um ritmo novo, mais consciente, mais conectado e mais estratégico.

 

Diante desse cenário desafiador e dinâmico, entendi a necessidade de desenvolver novas habilidades e ampliar minha visão, para servir melhor a Deus, à organização e às pessoas que caminham comigo nessa jornada. Ao ingressar no Mestrado em Liderança, almejo adquirir ferramentas que me capacitem a quebrar paradigmas, abandonar visões ultrapassadas e construir novos modelos de pensamento, mais sensíveis às necessidades humanas e mais coerentes com os valores do Reino. Meu compromisso é correr com perseverança, com humildade e com foco na missão — avançando com coragem rumo a uma liderança transformadora.

Voltar para a área religiosa foi como mudar de terreno na corrida, saindo do asfalto para a trilha: novos desafios, mas também novas paisagens.

A liderança é uma corrida de fé, visão e propósito — e estou decidido a cruzar a linha de chegada com excelência.

Liderar é correr com propósito — não se trata de velocidade, mas de direção.

Na corrida da liderança, a linha de chegada se move com os tempos — é preciso reavaliar os passos, ajustar o fôlego e nunca parar de aprender.

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